A
proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de
crimes hediondos, homicídio e roubo qualificado é o destaque da pauta
do Plenário da Câmara dos Deputados a partir de terça-feira (30).
Entre
os crimes classificados como hediondos estão estupro, latrocínio e
homicídio qualificado (quando há agravantes) e roubo agravado (quando há
sequestro ou participação de dois ou mais criminosos, entre outras
circunstâncias).
Segundo a
proposta (PEC 171/93), o adolescente também poderá ser considerado
imputável (pode receber pena) em crimes de lesão corporal grave ou lesão
corporal seguida de morte.
A pena dos adolescentes será cumprida em estabelecimento separado dos maiores de 18 anos e dos menores inimputáveis.
A proposta foi
aprovada no último dia 17 na comissão especial, na forma do relatório
do deputado Laerte Bessa (PR-DF). Ele incluiu dispositivo sugerido pelo
deputado Weverton Rocha (PDT-MA) para aperfeiçoar a estrutura do sistema
socioeducativo e proibir a retenção de recursos (contingenciamento)
destinados ao atendimento socioeducativo e à ressocialização.
Debate acirrado
O debate em
Plenário promete ser grande, com manifestações marcadas para
terça-feira, em Brasília. Contra o projeto se manifestaram diversas
associações da sociedade civil, como Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB); Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Associação
Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos
da Infância e da Juventude (ABMP); Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef); Fundação Abrinq; Human Rights Watch; e Instituto
Brasileiro de Ciências Criminais; entre outros.
Entretanto,
segundo pesquisa do Datafolha, 87% da população brasileira é a favor da
redução da idade penal. Na comissão especial, foram 21 votos a favor da
proposta de emenda à Constituição e 6 contra.
Fonte: Agência Câmara/BLOG DO SABOIA
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